Tabela de Preços Para Clínicas Veterinárias: Como Definir Valores Justos e Competitivos

Definir a tabela de preços de uma clínica veterinária pode parecer um grande desafio, mas é um dos passos mais importantes para garantir a saúde financeira do negócio sem perder clientes por cobrar demais ou operar no prejuízo por cobrar de menos.

Afinal, ninguém quer trabalhar muito, faturar pouco e ainda ver a concorrência crescendo, né?

Se você é dono ou gestor de clínica veterinária e está com dúvidas sobre como precificar seus serviços de forma justa, lucrativa e competitiva, este guia vai te ajudar a encontrar o equilíbrio certo entre custo, valor e percepção do cliente.

Por que é tão importante ter uma tabela de preços bem definida?

Muita clínica ainda trabalha sem uma tabela de preços organizada. O problema disso? Insegurança na hora de vender, falta de padronização entre os atendimentos, margem de lucro comprometida e dificuldade para crescer com sustentabilidade.

Uma tabela de preços bem estruturada ajuda a:

  • Transmitir profissionalismo;
  • Aumentar a confiança do cliente;
  • Garantir margens saudáveis de lucro;
  • Evitar descontos improvisados e subjetivos;
  • Planejar financeiramente o crescimento da clínica.

Agora vamos ao que interessa: como montar uma tabela de preços que funcione de verdade.

1. Conheça os seus custos (fixos e variáveis)

Antes de tudo, você precisa saber exatamente quanto custa manter sua clínica funcionando todos os meses. Isso inclui:

  • Custos fixos: aluguel, salários, energia, internet, sistema de gestão, contabilidade, entre outros.
  • Custos variáveis: medicamentos, materiais descartáveis, comissões, exames laboratoriais externos, etc.


Se você não souber os seus custos, vai acabar cobrando preços no escuro e correndo um sério risco de prestar um serviço excelente e mesmo assim sair no prejuízo.

Dica: use um sistema de gestão ou planilhas organizadas para mapear esses custos com clareza. Um bom BPO financeiro pode te ajudar com isso.

2. Entenda o valor percebido pelo cliente

Preço é diferente de valor.

O cliente não paga só pelo tempo do atendimento ou pelo medicamento aplicado. Ele paga por:

  • O cuidado com o pet;
  • A atenção da equipe;
  • O conforto da clínica;
  • A segurança do diagnóstico;
  • A experiência como um todo.


Por isso, você precisa entender como o seu cliente enxerga o valor do serviço prestado. Quanto maior for essa percepção de valor, maior é a sua margem de precificação possível.

Invista na experiência do cliente, na comunicação clara e em diferenciais que justifiquem um valor acima da média.

3. Analise a concorrência (mas com senso crítico)

Uma prática comum é olhar a tabela de preços da clínica da esquina e copiar. Só que isso pode ser um tiro no pé, principalmente se:

  • O perfil do público-alvo for diferente;
  • A estrutura da outra clínica for menor ou maior que a sua;
  • A qualidade técnica ou o posicionamento de marca forem diferentes.


Use a concorrência como referência, mas nunca como regra.

Faça pesquisas e entenda o que o mercado está cobrando, mas precifique com base no que a sua clínica entrega e precisa para ser sustentável.

4. Calcule o tempo e o esforço envolvidos

Um atendimento que dura 15 minutos e envolve apenas uma consulta clínica não pode ter o mesmo valor de um atendimento de 1h30 com aplicação de medicação, exame, retorno e suporte pós-atendimento, certo?

Por isso, leve em consideração:

  • O tempo do profissional (veterinário e equipe de apoio);
  • Os insumos utilizados;
  • A estrutura necessária;
  • O nível de especialização do serviço prestado.


Quanto mais complexo for o serviço, maior deve ser o preço final.

5. Defina sua margem de lucro ideal

Após entender os custos e o valor percebido, chega a hora de aplicar a margem de lucro.

Margens muito baixas podem te deixar no vermelho ao menor imprevisto. Já margens muito altas podem afastar clientes e te deixar com o consultório vazio.

Como ponto de partida:

  • Para serviços simples (consultas, vacinas), uma margem entre 30% e 60% é comum;
  • Para serviços mais complexos (cirurgias, internações), margens entre 50% e 80% são mais adequadas, devido ao maior risco e complexidade.


Mas atenção: esses percentuais são apenas referência inicial. O ideal é ajustar com base no seu fluxo de caixa, capacidade de atendimento e metas de lucratividade.

6. Categorize os serviços por nível de complexidade

Uma tabela de preços organizada facilita a compreensão e a venda.

Uma boa prática é dividir seus serviços em categorias, como:

  • Consultas (clínica geral, especialidades, retorno);
  • Vacinas (por tipo, porte e idade);
  • Exames laboratoriais e de imagem;
  • Procedimentos ambulatoriais (curativos, medicações, coleta de sangue);
  • Cirurgias (castração, ortopédicas, emergenciais);
  • Internações e diária hospitalar;
  • Serviços extras (teleconsulta, plantão, visita domiciliar, etc).


Isso facilita a comunicação com o cliente e ainda permite criar pacotes ou planos para fidelizar o tutor.

7. Atualize sua tabela com frequência

Não dá pra manter os mesmos preços por anos enquanto os custos sobem.

Por isso, revise sua tabela de tempos em tempos de preferência a cada 6 ou 12 meses levando em consideração:

  • Aumento de custos com insumos e salários;
  • Inflação e reajustes em serviços terceirizados;
  • Novos serviços incluídos;
  • Expansão ou modernização da estrutura da clínica.


Ajustes de preço devem ser bem comunicados ao cliente, sempre reforçando o valor entregue.

8. Evite descontos sem estratégia

Dar desconto pra fechar atendimento pode parecer uma boa, mas vira um vício perigoso e compromete seu lucro.

Em vez disso, adote estratégias como:

  • Pacotes promocionais (3 atendimentos por X reais);
  • Clubes de assinatura pet (planos mensais com vantagens);
  • Campanhas pontuais com serviços específicos em oferta;
  • Programa de fidelidade ou cashback.


Isso ajuda a aumentar o ticket médio e a recorrência, sem precisar desvalorizar o serviço.

9. Use a precificação como parte da sua estratégia de posicionamento

Se sua clínica quer se posicionar como referência em atendimento especializado, preços baixos não combinam. Agora, se a proposta é atendimento acessível e em volume, os preços precisam ser compatíveis mas sempre com margem de lucro saudável.

A precificação precisa estar alinhada com o seu público-alvo e com a sua estratégia de negócio.

10. Tenha uma contabilidade especializada para te ajudar

Um dos grandes erros na precificação de clínicas veterinárias é ignorar o impacto tributário. O regime tributário, a carga de impostos e os custos operacionais variam muito, e isso deve ser considerado no cálculo dos preços.

Se você quer evitar surpresas no fim do mês, ter uma contabilidade especializada no mercado pet vet é essencial.

Na Contabilidade.Vet, a gente ajuda clínicas e veterinários de todo o Brasil a organizarem seus custos, planejarem seus preços e aumentarem seus lucros, tudo com foco exclusivo no seu segmento.

Conclusão: preço justo é aquele que sustenta o seu negócio

Montar uma tabela de preços para clínicas veterinárias não é tarefa fácil, mas é indispensável para a sustentabilidade da sua empresa.

Com uma boa estrutura de custos, clareza de valor e planejamento financeiro, você pode oferecer um preço justo tanto para o cliente quanto para o seu bolso.

Não venda seu trabalho barato. Valorize seu tempo, sua equipe e o impacto que você gera na vida dos pets e tutores.

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Se quiser ajuda para organizar seus preços, entender seus custos ou planejar financeiramente sua clínica, fale com a gente da Contabilidade.Vet!

Somos especialistas em negócios veterinários e estamos prontos pra te ajudar a lucrar mais com segurança.